Crise... compras... e livros
Cada vez me surpreendo mais com os nossos concidadãos. Quando se procura uma razão para os nossos miseráveis níveis de iliteracia há sempre várias razões apontadas, nomeadamente: falta de hábitos de leitura, falta de estímulos, por culpa do nosso sistema educativo, preguiça e o inveitável... preço dos livros.
Quando o Público e outros se dedicam à venda de livros por cerca de 5 euros, os leitores avidamente esgotam as tiragens, como que para comporem a sua biblioteca. Já que falamos dos que gostam de ter uma biblioteca lembro-me sempre da história (verídica) de um vendedor do Círculo de Leitores que ao fazer a sua ronda habitual para entrega e venda de livros reparou que uma cliente tinha os livros adquiridos anteriormente ainda envolvidos pelo plástico. Ao questionar a senhora, ela respondeu que era... para protegê-los do pó!
A minha surpresa maior advém do último estudo sobre hábitos de consumo, mais propriamente se vão gastar mais/menos este Natal, onde a esmagadora maioria dos portugueses respondeu que iria gastar menos. Mas o facto verdadeiramente estranho surge quando cerca de 64% dos inquiridos diz ir optar por livros, esses mesmos que anteriormente eram caros.
Ora das duas uma, ou os livros desceram assustadoramente ou então os portugueses estão habituados a comprar prendas muito caras. Ou seja, não há uma lógica nestas respostas, tendo em conta os queixumes anteriores.
Se, por um lado, me regozijo com esta alternativa que os portugueses encontraram, por outro, não consigo compreender como é que um livro possa ser uma prenda menor, a usar em último lugar e, claro (!?), em caso de crise económica.
Algo de estranho se passa neste país...
Quando o Público e outros se dedicam à venda de livros por cerca de 5 euros, os leitores avidamente esgotam as tiragens, como que para comporem a sua biblioteca. Já que falamos dos que gostam de ter uma biblioteca lembro-me sempre da história (verídica) de um vendedor do Círculo de Leitores que ao fazer a sua ronda habitual para entrega e venda de livros reparou que uma cliente tinha os livros adquiridos anteriormente ainda envolvidos pelo plástico. Ao questionar a senhora, ela respondeu que era... para protegê-los do pó!
A minha surpresa maior advém do último estudo sobre hábitos de consumo, mais propriamente se vão gastar mais/menos este Natal, onde a esmagadora maioria dos portugueses respondeu que iria gastar menos. Mas o facto verdadeiramente estranho surge quando cerca de 64% dos inquiridos diz ir optar por livros, esses mesmos que anteriormente eram caros.
Ora das duas uma, ou os livros desceram assustadoramente ou então os portugueses estão habituados a comprar prendas muito caras. Ou seja, não há uma lógica nestas respostas, tendo em conta os queixumes anteriores.
Se, por um lado, me regozijo com esta alternativa que os portugueses encontraram, por outro, não consigo compreender como é que um livro possa ser uma prenda menor, a usar em último lugar e, claro (!?), em caso de crise económica.
Algo de estranho se passa neste país...
5 Comments:
não concordo!Livros sempre foram uma alternativa de presente de Natal!sempre se ofereceram livros, mesmo que quem os ofereça ou quem os receba acabem por não os ler!
Mas obviamente que pelo preço poderão ser uma alternativa boa em relação a grandes presentes de Natal( electrodomésticos, roupa etc);claro que para se constituirem como uma compra banal do dia-a-dia ao longo do ano para o comum português o preço já será considerado caro!Nem todos os portugueses,ainda para mais grande parte sem hábitos de leitura, dispoem de no minímo 17/20 euros para adquirir um livro despreocupadamente.
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T04, 1998, at 2:49 da tarde
Se se comprar um livro da Penguin ou da Wordsworth, por exemplo, facilmente se compram clássicos ingleses por 2,5 a 3,5 euros.
O novo do Saramago custa cerca de 11 euros. Uma ida a uma discoteca custa cerca de 15 euros, uma ida a um estádio de futebol custa cerca de 17 euros. Quais as prioridades?
O problema não pode nunca ser exclusivamente o preço..
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TA, at 2:59 da tarde
OK! Mas, segundo o que entendi, o Telmo a. estava a referir-se especificamente às escolhas para presente de Natal!e foi em relação a essa questão que respondi!
Outra questão será a comparação com outras despesas/prioridades pessoais que os portugueses tenham!e aí já teremos de entrar sim, na falta de interesse em relação á cultura( não só pela leitura) que de facto, e infelizmente, existe na sociedade portuguesa!
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T04, 1998, at 3:03 da tarde
O comentário que fiz referia-se à última parte do teu comentário, t04:
claro que para se constituirem como uma compra banal do dia-a-dia ao longo do ano para o comum português o preço já será considerado caro!Nem todos os portugueses,ainda para mais grande parte sem hábitos de leitura, dispoem de no minímo 17/20 euros para adquirir um livro despreocupadamente.
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TA, at 3:09 da tarde
Pois.. OK.. eu referia-me aos preços dos livros que realmente m interessam, novidades , autores conhceidos, contemporaneos etc! e esses sim: sao a preços relativamente caros para uma compra despreocupada do dia-a-dia!
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T04, 1998, at 3:26 da tarde
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